Toxina botulínica falsificada: o que é fato, o que é erro e o que importa

Analisamos a reportagem, consultamos a Anvisa e explicamos os riscos reais da falsificação

Uma reportagem exibida pelo SBT News alertou para riscos relacionados ao uso de toxina botulínica, citando casos de botulismo, apreensão de produtos falsificados e práticas irregulares no mercado estético. Confira a reportagem na íntegra:

Na mesma matéria aborda-se:

  • produto falsificado,
  • uso irregular (inclusive com produto original),
  • aumento de casos de botulismo associados ao procedimento,
  • revendedores,
  • e diluição excessiva como forma de enganar pacientes.

Para quem acompanha a reportagem, tudo isso pode parecer a mesma coisa.
Mas não é.

O que diz a fonte oficial

Segundo a ANVISA, foi determinada a apreensão do lote P08190 da toxina botulínica Dysport, bem como a proibição da sua comercialização, distribuição e uso em todo o território nacional.

A medida se aplica exclusivamente a esse lote.

A empresa detentora do registro do produto no Brasil, a Beaufour Ipsen Farmacêutica Ltda., informou que:

  • as unidades do lote citado não foram produzidas por ela, caracterizando falsificação;
  • o produto falsificado apresenta diferenças visuais no rótulo e no frasco em relação ao produto original.

Fonte oficial:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/toxina-botulinica-lote-falso-de-dysport-e-proibido

Pontuações necessárias

Alguns pontos importantes tratados de forma imprecisa na reportagem:

  • A Anvisa não “apreende” produtos diretamente; ela determina a apreensão e o recolhimento, mas a execução dessas medidas ocorre por meio das vigilâncias sanitárias estaduais e municipais.
  • Casos de botulismo podem estar relacionados ao uso indevido da toxina, inclusive quando o produto é original.
  • O uso do termo “Botox” como sinônimo de toxina botulínica é comum na mídia, mas tecnicamente inadequado, já que Botox é uma marca e o fato ocorreu com a marca Dysport.

Essas imprecisões acabam misturando causas diferentes e gerando confusão sobre onde realmente está o risco.

Um alerta que merece atenção

Um ponto pouco explorado é que o lote citado ainda pode estar em circulação.
Isso significa que unidades desse produto falsificado provavelmente continuam sendo oferecidas no mercado.

Esse cenário reforça a importância da rastreabilidade e da responsabilidade de quem compra e utiliza essas substâncias em pacientes. É fundamental diferenciar desconhecimento técnico de escolha consciente.

Quando falamos de compra de toxina botulínica por valores muito abaixo do mercado e fora dos canais oficiais, não estamos falando de acaso.
Profissionais de saúde têm obrigação técnica e ética de verificar a procedência dos produtos que utilizam. Preços incompatíveis com a realidade do mercado são um sinal claro de alerta. Ignorá-los não é descuido, é omissão.

Ainda assim, alguns optam por seguir adiante:

  • para cobrar mais barato e atrair pacientes, ou
  • para manter preços de mercado e apenas aumentar sua margem de lucro.

Essa decisão transfere o risco para quem está na ponta mais vulnerável da relação: o paciente.

O ponto central que não foi explicado

Quando falamos em produto falsificado, os riscos reais são:

  • Não há garantia de que aquilo é realmente toxina botulínica.
    Pode ser outra substância, estar contaminada, vencida, instável ou totalmente diferente do declarado.
  • Não existe controle confiável da dose.
    Isso pode resultar em subdose (sem efeito) ou superdose, com risco de complicações graves.
  • Os excipientes são desconhecidos ou inadequados.
    Eles são fundamentais para a estabilidade, segurança e potência do produto.
  • Não há rastreabilidade.
    Não se sabe a origem, o lote, nem é possível investigar ou acompanhar eventuais reações.
  • Não se sabe como foi produzido, transportado ou armazenado.
    A toxina botulínica é extremamente sensível, e falhas nesses processos comprometem diretamente sua segurança e eficácia.

Na prática, isso significa não saber o que está sendo injetado no próprio corpo.

É exatamente isso que torna a falsificação uma prática criminosa e um problema grave de saúde pública.

Onde o ANB entra

Nossa metodologia de curadoria avalia criteriosamente esses fatores antes de selecionar um médico parceiro: histórico de compra, adoção de boas práticas clínicas e compromisso contínuo com o uso de produtos regulamentados e de procedência direta dos fabricantes e canais oficiais — um cuidado compartilhado pela maior parte dos médicos especialistas.

Informar é importante.
Corrigir erros é necessário.
Proteger o paciente é inegociável.

Quem cuida de você quando você não está olhando?
No ANB, alguém sempre está.

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